Ao menos 55,6 milhões de brasileiros já sofreram com discriminação, preconceito e assédio no ambiente de trabalho, segundo dados da pesquisa do Instituto Locomotiva. O índice retrata que 4 em cada 10 pessoas já enfrentaram tais situações.
O levantamento ainda mostra que 70% dos casos não são expostos ao departamento de Recursos Humanos. O medo de retaliação entre colegas e líderes, assim como a descrença ou mesmo falta de conhecimento sobre as políticas da empresa para combater esses casos, estão entre os principais motivos.
Diante destes dados, surge uma pergunta: o que as organizações precisam fazer para diminuir a taxa de pessoas que sofrem preconceito em seu local de trabalho? A resposta é complexa, mas existem caminhos como veremos a seguir.
Tipos de preconceito
Existem vários tipos de preconceito como racismo, homofobia, sexismo, etarismo, capacitismo, xenofobia, intolerância religiosa, dentre outros. Por estar presente estruturalmente na sociedade, ele pode aparecer de maneira sutil, como em uma “piada” contra pessoas que pertencem aos grupos citados. É por isso que as empresas precisam investir em políticas robustas e eficientes para combater a discriminação e tornar o ambiente corporativo um local saudável.
Quais as ações de combate à discriminação?
- Apoie a diversidade
A discriminação não ocorre apenas entre funcionários, mas também pelas próprias empresas quando insistem em procurar um determinado padrão em todos os processos seletivos. É imprescindível que a contratação seja aberta para um time diverso, que inclui pessoas de diferentes idades, gêneros, raças, orientações sexuais, crenças e deficiências. Esse passo dado pela empresa é o primeiro de combate à discriminação nesse ambiente.
- Faça uma autoanálise
Faça uma reflexão e perceba se você está sendo preconceituoso com um colega do seu trabalho ou funcionários. Esteja aberto a mudanças, busque conhecer outras culturas por meio de livros, documentários, debates etc. Todos precisam passar por esse processo de aprendizagem, inclusive líderes e gestores, que são encarados como figuras exemplares.
- Dissemine conhecimento
Invista em campanhas de conscientização, dinâmicas de grupo e treinamentos para prevenir que casos de discriminação ocorram.
- Efetue políticas antidiscriminatórias
Estabeleça políticas claras contra atitudes discriminatórias e determine punições em caso de violação, que podem ser desde uma advertência até demissão.
- Tenha canais de denúncia
Ofereça um canal para que as vítimas de preconceito denunciem de forma anônima. Isso encoraja a pessoa a não se calar e relatar a discriminação sofrida. Certifique-se de que todos os funcionários tenham conhecimento sobre este meio de comunicação.
- Aposte na cultura do feedback
O feedback, palavra originária do inglês que já faz parte do vocabulário dos brasileiros, é um recurso muito utilizado por corporações e não à toa. Ele é um método útil para compreender quais processos estão indo na direção certa e quais precisam melhorar.
Empresas que não praticam políticas antidiscriminatórias podem arcar com ações trabalhistas, perda de profissionais qualificados, e ainda manchar sua reputação.
O combate à discriminação no ambiente corporativo, além de ser uma questão ética e moral, também está relacionada ao bem-estar dos colaboradores e ao fomento de uma sociedade mais justa e igualitária.