Os novos tempos, com todas as mudanças já conhecidas – incluindo tecnologias e comportamentos – têm levado tradicionais escritórios de advocacia a rever antigos processos com foco na gestão de talentos. Isso porque as maneiras de atrair, reter e desenvolver profissionais competentes também mudaram, e a empresa deve estar preparada para agir de forma abrangente, em todos os departamentos e em todas as etapas da contratação.
Um exemplo é o modelo vertical de organização, que ao longo do tempo se mostrou ineficiente para gerir os colaboradores. Atualmente, a chamada hierarquia horizontal tem sido empregada para estimular a participação em todos os níveis profissionais, promovendo a inclusão dos mais jovens e descentralizando as decisões, que antes ficavam apenas sob a responsabilidade dos superiores.
Da mesma forma, observou-se a chegada de uma nova geração de advogados. Embora geralmente contratados conforme o perfil técnico desejado e a cultura corporativa, os novatos trouxeram para dentro das bancas um tipo diferente de atuação.
Para os talentos contemporâneos, flexibilidade no trabalho é fundamental – especialmente após a ampliação da prática de home office ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. Essa geração é, ainda, mais volátil e menos engessada à estrutura que a emprega. Ou seja, manter essas pessoas significa não as perder para condições mais atraentes.
Assim, a organização e um gerenciamento eficiente de processos e projetos são essenciais. Veja, abaixo, sete dicas que podem ajudar na empreitada:
Considerar o cliente um aliado
Provavelmente seu cliente é quem melhor conhece os advogados de seu escritório. É ele que pode dar feedbacks valiosos sobre os talentos internos. Portanto, mantenha sempre esse contato, de modo a obter avaliações que ajudem na gestão.
Criar e manter uma estrutura favorável
Os talentos contemporâneos prezam o ambiente saudável e organizado de trabalho, com tarefas claras, retornos construtivos por parte dos líderes, planos de carreira e estímulo ao aprendizado e ao conhecimento.
Um clima corporativo agradável e reuniões objetivas completam o cenário favorável. Ordens dúbias e atropelos devem ser evitados na rotina.
Envolver toda a equipe
Nem sempre o talento surge na empresa como um cartaz com luzes piscantes. A participação de todos os setores da firma é fundamental, por exemplo, para a identificação de soft skills nos departamentos.
Estudar continuamente o mercado
O escritório deve ter sempre no radar eventuais mudanças de tendências, profissionais que começam a se destacar no cenário jurídico (ou seja, potenciais talentos) e ações da concorrência que podem atrair capital humano.
Não desprezar fatores financeiros
Ignorar que questões financeiras pesam nas decisões empregatícias é ingenuidade. Não se deve deixar de lado os temas remuneração e benefícios, especialmente em um período de crise e flexibilização de contratos pelo mundo. Os talentos também valorizam empresas que promovem o estudo por meio de bolsas para cursos, formações, treinamentos etc.
Proceder de forma holística
No que diz respeito a talentos, o escritório deve atuar da captação profissional até a manutenção de seu “capital pessoal”, identificando os perfis adequados, atraindo-os, retendo ou mantendo os colaboradores e desenvolvendo habilidades entre o time já existente.
O elevado turnover, ou seja, a alta taxa de rotatividade de funcionários, não é interessante a ninguém, além de gerar dispendiosos e extensos processos de recrutamento. Três estratégias para evitar erros são consultar diferentes membros da equipe antes de contratar, adotar critérios transparentes e focar na diversidade.
Inspirar
Os profissionais que detêm altos cargos, como os sócios, precisam ser modelos de compreensão, tolerância e confiança para os mais jovens, evitando demonstrações gratuitas de poder. Além disso, devem estar disponíveis e evitar a centralização, delegando responsabilidades e incentivando a autonomia com sabedoria e comprometimento.