Diante de um cenário fiscal cada vez mais pressionado por metas de arrecadação e pela implementação da Reforma Tributária, o papel do jurídico empresarial está em plena transformação. Nesta entrevista, o CEO do Tax Group, Luis Wulff, fala sobre como transformar incertezas em vantagens competitivas, destacando o uso de inteligência fiscal e tecnologia para antecipar riscos e aproveitar oportunidades.
Na entrevista, ele também aborda os principais gargalos enfrentados pelas empresas, explica como setores como serviços, telecomunicações, varejo e plataformas digitais podem se preparar para a transição e mostra por que o jurídico precisa assumir um papel cada vez mais consultivo e estratégico. Confira!
1. Diante de um cenário fiscal cada vez mais pressionado por metas de arrecadação, como as empresas podem se antecipar aos riscos e encontrar oportunidades por meio de uma assessoria jurídica estratégica?
Hoje, mais do que nunca, as empresas precisam enxergar o jurídico como um centro de inteligência fiscal. O aumento da pressão arrecadatória tem levado o governo a revisar benefícios e a intensificar a fiscalização.
No Tax Group, atuamos com foco preventivo, combinando tecnologia e inteligência tributária para mapear riscos e antecipar impactos. Identificamos, por exemplo, onde há exposição a regimes que deixarão de existir e onde o cliente pode aproveitar o novo modelo de crédito amplo que surge com a reforma. A empresa que se antecipa hoje estará mais competitiva amanhã — tanto em custo quanto em conformidade.
“A dúvida, se bem tratada, vira oportunidade. A Reforma é disruptiva, mas ela nivela o campo de jogo.”

2. Quais são os principais gargalos que você enxerga hoje nas empresas em relação à Reforma Tributária — e como um escritório com visão de negócio pode ajudar a solucioná-los?
O maior gargalo é a incerteza. As regras estão sendo divulgadas em etapas, com prazos longos de transição (até 2033), mas os efeitos já começaram. O que vemos são empresas com dúvidas práticas: como emitir nota fiscal no novo modelo? Como preparar o ERP para o split payment (novo sistema de pagamentos de tributos)? Quais contratos precisam ser renegociados? Onde vai mudar a carga tributária?
Nossa atuação tem sido pragmática: traduzimos a complexidade normativa da LC 214/2025 em soluções operacionais claras. Já temos frentes atuando com adaptação de sistemas, reestruturação de fluxos fiscais e treinamento de equipes. A abordagem consultiva e personalizada é o que nos diferencia nesse momento de transição.

3. Muitas lideranças ainda têm dúvidas sobre os impactos práticos da Reforma. Como transformar esse momento de incerteza em uma vantagem competitiva para o cliente, com apoio jurídico especializado?
A dúvida, se bem tratada, vira oportunidade. A Reforma é disruptiva, mas ela nivela o campo de jogo. Todos estão sujeitos às mesmas mudanças, de forma geral, e quem se prepara primeiro, sai na frente.
No Tax Group, trabalhamos para transformar a transição em ganho estratégico: projetamos cenários de impacto por setor, revisamos margens sob as novas alíquotas, e ajudamos a redefinir a precificação. A Reforma é uma pauta de C-Level. Mostrar caminhos práticos para navegar com segurança já nos posiciona como parceiros estratégicos — não só jurídicos.

4. Na sua atuação como CEO do Tax Group, quais setores você vê mais vulneráveis aos efeitos da transição tributária — e como a sua empresa tem estruturado soluções para atendê-los com agilidade e precisão?
Setores de serviços, telecomunicações, varejo e plataformas digitais estão entre os mais pressionados. Serviços, por exemplo, vão sentir o efeito da alíquota mais alta no novo sistema, já que antes tinham carga efetiva reduzida. Plataformas digitais, por outro lado, agora são corresponsáveis pelo recolhimento — o que muda o modelo de negócio.
Estamos atuando com células especializadas por setor. Para o varejo, estamos ajustando estratégias logísticas e revisando o regime de substituição tributária. Para o digital, ajudamos com modelagem tributária baseada em responsabilidade solidária. Nosso diferencial é atuar com velocidade e profundidade — entendendo a operação do cliente para entregar algo realmente aplicável.
5. O papel do jurídico empresarial está mudando. Como a sua empresa tem se posicionado para sair do papel tradicional e se tornar um parceiro de negócios que entrega valor real em um momento de transformação fiscal?
O escritório de advocacia deixou de ser apenas defensivo. Hoje, ele precisa ser decisor de negócio e ser cada vez mais consultivo. O Tax Group já vem se posicionando nessa direção há anos — com uma abordagem baseada em dados, inovação e entrega de resultados.
Nossa atuação vai muito além do que o mercado entrega hoje. Nós buscamos as melhores soluções e possibilidades dentro do ecossistema do cliente, olhando para o passado, o presente e o futuro da companhia. Integramos tecnologia, compliance fiscal e estratégia empresarial. Isso é o que o mercado precisa agora — menos teoria, mais entrega. E é isso que estamos preparados para oferecer.
Luis Wulff, CEO do Tax Group: Mestre em Direito Tributário pela FGV/SP e especialista pelo IBET. Professor, palestrante e auditor com atuação em empresas nacionais e multinacionais.