O feeling da diversidade

Feeling da diversidade existe sim!

Todos aqueles(as) que estão em posição de liderança, que desejam conduzir uma Instituição rumo ao sucesso e crescimento, em qualquer área, que, principalmente, almejam construir uma empresa ou instituição que além do lucro deixe um legado para as próximas gerações, precisam ter esse feeling da diversidade.

Na vida cotidiana é exigido feeling para tudo, nosso feeling nos ajuda a nos destacar. E todos estes lugares de sucesso, citados acima, passam por uma gestão que tenha o feeling da diversidade e inclusão.

Quando pensamos nos líderes dos grupos que trabalham com diversidade é necessário destacar que, as lideranças precisam de muito feeling, muito tato e muita força de vontade para ultrapassar as barreiras historicamente pré-estabelecidas.

Nossos olhos já estão acostumados com a ausência de determinados grupos minoritários, nos mais diversos espaços de poder. Tanto na administração da casa, vide o livro de Lia Vainer Schucman: Famílias Inter-raciais: tensões entre cor a amor, quanto na administração e gestão de grandes empresas e instituições. O Dr. Osmar Teixeira Gaspar denominou essa prática de naturalização da ausência. Naturalizamos a ausência das mulheres, dos negros, PcDs, LGBTQIA+ e idosos e outras minorias. Todas estas ausências não nos causam nenhum estranhamento, tampouco desconforto; naturalizou-se a ausência de determinados grupos. A falta de feeling não permite que as pessoas se indignem, nem ao menos percebam que falta muita gente nas mesas de deliberações.

Segundo “Z. Bauman” vivemos tempos líquidos, tudo se transforma o tempo todo, esta realidade nos questiona sobre qual seria o modelo correto de ser e viver. Naturalizamos a prescrição de remédios laboratoriais para dormir, remédios para acordar, remédios para ficar alegres e remédios para neutralizar os efeitos de todos os remédios.

Nesta esteira também ansiamos por remédios laboratoriais para nos humanizar, para sermos mais empáticos, menos racistas, machistas e homofóbicos.  Ainda não inventaram um remédio lícito e aprovado pelas agências de saúde que, aumentasse o nosso feeling, nossa sensibilidade para a vida, para as questões sociais.  Acredito que não estamos longe desta descoberta, no entanto, no presente momento não se encontra disponível nas redes de manipulações e drogarias.

O filme Matrix, e outros títulos do gênero, abrem brechas ao nos apresentar inúmeras possibilidades de engenharia genética, que vem sendo estudadas pelos cientistas. Estes nos revelam que em breve teremos seres humanos perfeitos e sensíveis. Enquanto esta tecnologia não chega até nós, vamos falar de algo que seja possível fazer hoje: como fazer nascer o feeling da diversidade da humanização dos seres humanos.

A pedra angular do feeling da diversidade é entender que todos nós, queremos as mesmas coisas. Na ponta da pirâmide, queremos ser felizes; a diferença é que escolhemos caminhos diferentes para um mesmo destino. O ponto de chegada é o encontro desta tal felicidade, um ou outro escolhe o mesmo caminho que você, e é aí que nasce o problema.  Os poucos que escolhem o mesmo caminho que você, normalmente, são prejudicados, atrasados, por uma força sobrenatural ou por uma força humana. Hoje denominamos essa força humana de racismo, machismo e preconceitos de formas gerais.

O grande questionamento que deve ser feito é, por que um negro(a), uma mulher, o homossexual devem enfrentar o triplo de dificuldades que um homem branco cis enfrenta na hora de arrumar um emprego, fazer uma entrevista ou fechar um negócio?! Por que a ascensão de uns é impedida e de outros é facilitada, artificialmente, se todos nós somos iguais?! Temos diferentes características, mas capacidades iguais; por que facilitar a vida de alguns e dificultar a vida de outros?!

O feeling da diversidade tem como base que todEs deveriam ter acesso às mesmas oportunidades, mas verificando que alguns são impedidos historicamente, prejudicados por forças humanas ou sobre humanas, conforme citado acima, esperamos uma ação positiva, é preciso acabar com as desigualdades. Feita esta constatação nasce a obrigatoriedade de fazer algo, de implantarmos políticas de nivelamento das desigualdades, as ditas discriminações positivas.

Cientes de que algumas pessoas encontram mais obstáculos que outras, é preciso que nos empenhemos para ajudar aqueles que, por algum motivo, humano ou sobre humano não possam concorrer em iguais condições. Os motivos sobre humanos são aquelas causas que acontecem independente da vontade humana, elas podem acontecer antes do nascer ou após o nascimento, exemplos: câncer, cegueira, acidentes, deformação físicas e todas aquelas que ocorrem sem a intervenção humana.

Tanto os obstáculos humanos, quanto os sobre humanos, todos, precisam e podem ser reduzidos e erradicados pela intervenção humana. Todos nós somos responsáveis pela situação do estado em que vivemos, da empresa em que estamos, responsáveis diretos e indiretos, mas ninguém poderá se eximir da culpa.

O feeling na diversidade consiste, justamente em perceber que muitos estão sendo prejudicados.  O fato de notarmos que muitos estão em desvantagem e nos sentirmos incomodados nos faz seres humanos muito mais evoluídos. Se este incômodo nos tocar, ao ponto de fazermos algo para diminuir estas desigualdades, estaremos muitíssimos próximos da perfeição que a engenharia genética tanto busca.  

Como falamos anteriormente, existe remédio para tudo, mas ainda não criaram o remédio para nos humanizar. Na ausência deste “santo remédio” temos como base estes princípios que, certamente, são os únicos meios de nos tornarmos seres humanos perfeitos.

O que eu chamo de feeling da diversidade Myron S. Allen em seu brilhante livro Ideias para vencer, chama de sensibilidade. Nesta obra Allen ensina “A sensibilidade intelectual está estreitamente ligado à indagação. A pessoa sensível faz mais perguntas que a pessoa comum, mas qualquer pessoa pode tornar-se mais sensível fazendo uma porção de perguntas. Sensibilidade não é coisa que você precisa sair procurando. Todos a têm, esperando ser desenvolvida.”  Pg. 111 (IDEIAS PARA VENCER- Myron S, Allen).

Allen nos indica um excelente caminho, pergunte, questione, pesquise, porque em determinados espaços não temos a participação dos negros, mulheres, gays, travestis, drags, PCDs, e de classes inferiores economicamente.

As perguntas nos tornaram sensíveis, a sensibilidade é sinônimo de feeling. Precisamos de feeling na vida profissional e pessoal, somente o feeling salvará seu relacionamento familiar, o casamento, a empresa e sua vida da monotonia.  Somente o feeling salvará a sua empresa da mesmice, falta de criatividade, novidade. Se quisermos competitividade no mercado, quisermos crescimento temos que ter olhos e mentes sensíveis àqueles que enfrentam dez leões por dia, enquanto alguns enfrentam apenas um.

Somente depois de sentir a dor daqueles que não participam nos nossos escritórios, empresas, escolas, happy hours é que poderemos pensar em falar em feeling da diversidade. Friso o que disse Allen Sensibilidade/feeling, “qualquer pessoa pode tornar-se mais sensível fazendo uma porção de perguntas. Sensibilidade não é coisa que você precisa sair procurando. Todos a têm, esperando ser desenvolvida.”

Em suma, questiona tudo, não naturalize a ausência, se questione e questione os outros sobre a falta do colorido, dos diversos sotaques, das diversas visões de mundo, das diversas crenças, do forte e do fraco. Estes questionamentos compõe o feeling da diversidade que tanto nos falta.

Bauman, Zygmunt. Tempos Líquidos. Editora: Jorge Zahar, 2007.

Allen , Myron S. Ideias para vencer: a criatividade ligado ao êxito. Editora: Ibrasa, Ed.2º 1976.

Sandel, Michel J. Contra a perfeição. Editora Civilização brasileira. 2013.

Michaelis. Ingles – português. Dicionário escolar. 2019.

Schucman, Lia Vainer: Famílias Inter raciais: tensões entre cor a amor. Editora: Edufba. 2018.

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