Saúde mental e as organizações

Como a gestão de pessoas pode contribuir para o bem-estar dos profissionais

Desde o início da pandemia, muito além do que imaginávamos, fomos lançados com toda força à temática de saúde mental, principalmente por conta do isolamento social, ultrapassando a fronteira da vida profissional versus pessoal. E, desde então, o número de artigos, publicações e notícias só aumenta e coloca o holofote não só em como cada pessoa lida com a sua saúde e bem-estar, mas principalmente no posicionamento e nas políticas das empresas em relação aos cuidados com os seus profissionais.

Cedo ou tarde, a agitação do mundo, a correia dos negócios, as inúmeras tarefas que estamos expostos, as novas formas de trabalhar e o futuro do trabalho veem contribuindo para que a saúde metal pudesse ser tratada como algo muito mais sério: como uma patologia que precisa ser encarada, sem tabus, e com muito respeito por todos e para todos – do CEO ao assistente. Infelizmente, estudos mostram pouco investimento global, o que reflete poucas discussões e aprendizados até aqui.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o impacto da pandemia indicou um aumento nos sintomas de depressão e ansiedade em vários países. Um crescimento significativo de aproximadamente 25% que recaí sobre a força de trabalho em diversos setores. Pesquisas recentes também mostram pouca comunicação e preparo quando as empresas se deparam com questões complexas a serem lidadas.

Vejo como fundamental o investimento na temática por empresas e líderes. É necessário que conheçam e falem mais do assunto para que possam, por meio de seus times de Recursos Humanos, ter esta discussão de peito aberto, aproximando e incluindo especialistas nas discussões, conversando com gestores e formando um canal importante para que os profissionais busquem ajuda e cuidado rapidamente. Desde janeiro, quando a Síndrome de Burnout foi classificada pela OMS como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”, a linha tênue entre doenças do trabalho e saúde mental veem exigindo que as empresas fiquem ainda mais atentas às necessidades de lidar com o tema, prevenindo e trazendo a todos mais consciência sobre o assunto.

E, como ponto central, não poderia deixar de citar, a importância de fomentar e valorizar a boa gestão de pessoas para que, na prática, todos possam ter diálogo, um ambiente de trabalho mais acolhedor, organização das tarefas, empatia, feedback e humanização nas relações. Como disse anteriormente, não se trata de discussão sobre rentabilidade e performance, o ponto é que as empresas precisam achar formas de olhar com mais cuidado para seus profissionais. Os dilemas de performance e bem-estar podem não desaparecer, mas com bons formadores de times, tendemos a ter mais sucesso nesta matemática. Neste mundo moderno e ágil, temos que estar atentos a todos, nos importamos uns com os outros, para estarmos preparados para lidar com esses desafios. 

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