A Cultura Antivendas na Advocacia

Tradicionalmente, o universo jurídico sempre valorizou a técnica, o rigor analítico e o domínio da norma. Além disso, aprendemos nos cinco anos de faculdade, que o fator crucial para a contratação de um causídico, é a fidúcia. No entanto, em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, essas competências — embora fundamentais — já não são suficientes para garantir o crescimento sustentável dos escritórios de advocacia. Uma atuação estratégica das áreas comerciais, fundamentada em processos claros em cada uma das etapas de vendas, aliada à habilidade de gerar conexões relevantes e oportunidades de negócio, tornou-se uma vantagem competitiva incontornável.

Apesar da importância evidente das atividades comerciais, muitos advogados ainda resistem à ideia de “vender” seus serviços. Isso ocorre, em parte, por razões históricas e culturais. O Código de Ética da OAB impôs por muito tempo limites rígidos à publicidade e à captação de clientes, o que contribuiu para o estigma em torno de qualquer prática associada ao marketing ou à prospecção ativa ou passiva.

Além disso, há uma percepção equivocada de que vender é incompatível com a sobriedade da profissão jurídica. Como se a competência técnica por si só fosse suficiente para atrair clientes e fechar contratos. Isso simplesmente não é mais verdade.

As Dificuldades Mais Comuns

  1. Falta de formação comercial
    Advogados são formados para interpretar leis, elaborar peças e sustentar oralmente teses jurídicas — mas raramente aprendem sobre funil de vendas, proposta de valor ou jornada do cliente.
  2. Desconhecimento sobre o público-alvo
    Muitos profissionais não sabem descrever com clareza quem são seus clientes ideais, quais dores enfrentam ou como seus serviços se conectam a essas necessidades.
  3. Ausência de processos e métricas
    Escritórios sem área comercial estruturada tratam cada nova oportunidade como um caso isolado, sem estratégia de prospecção, relacionamento ou acompanhamento de resultados.
  4. Insegurança e medo da rejeição
    Abordar um potencial cliente pode ser intimidante. Sem preparo, muitos advogados evitam o contato direto por medo de parecerem inconvenientes ou antiéticos.

Como Superar Essas Barreiras

  1. Formação em vendas consultivas
    Técnicas de venda modernas não se baseiam em pressão, mas em relações sustentáveis, escuta ativa, empatia e construção de soluções inovadoras e focadas na experiência do cliente. Vendas consultivas são perfeitamente compatíveis com a prática jurídica — e mais: potencializam o valor percebido pelos clientes.
  2. Reposicionamento da imagem profissional
    Estar presente no LinkedIn ou redes sociais em que o seu cliente esteja presente, participar de eventos estratégicos e compartilhar conteúdo relevante são formas de gerar autoridade e atrair conexões qualificadas.
  3. Criação de uma área comercial
    Assim como qualquer outro negócio, um escritório de advocacia precisa ter profissionais preparados pela geração de negócios e para isso, estruturar as etapas do funil de vendas, capazes de fomentar a prospecção e o relacionamento com clientes, conforme a definição do cliente ideal.
  4. Uso de CRM e organização do funil de vendas
    Um bom sistema de gestão de relacionamento com o cliente é fundamental para mapear oportunidades, prever receitas e tomar decisões estratégicas com base em dados.
  5. Cultura de networking com intencionalidade
    Networking não é distribuir cartões de visita. É construir relações de confiança ao longo do tempo, com base em valor real e reciprocidade. Ter clareza sobre onde estar, com quem se conectar e o que oferecer faz toda a diferença.

A advocacia do futuro será, inevitavelmente, mais estratégica, mais colaborativa e mais orientada a resultados. A área comercial não é um luxo: é um pilar de crescimento. Quando bem estruturada, ela não compromete a ética — ao contrário, potencializa o impacto que escritórios comprometidos com a excelência podem gerar na vida das pessoas e organizações.

Advogados que desejam liderar seus mercados precisam aprender a conversar com o mundo fora do Direito. Vender é, acima de tudo, servir com propósito e gerar transformação concreta. O desafio está posto. A boa notícia é que ele pode ser vencido com método, consciência e ação.

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Juliana Albano

É uma das executivas jurídicas mais experientes do Brasil. Ela abriu caminho para diversas mulheres alcançarem o sucesso nas empresas e em escritórios de advocacia. Agora Juliana está trazendo toda sua experiência profissional e de vida para a mentoria executiva. Ela guia executivas e executivos a reestruturarem suas carreiras com sucesso, com foco no aspecto humano e na superação de obstáculos pessoais e profissionais. Juliana pode te ajudar a mudar sua vida também. 

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