A Importância dos Escritórios de Advocacia no Combate às Discriminações e no Processo de Inclusão da Diversidade

Escritórios de advocacia, independentemente de seus portes, não são e não podem ser vistos como ilhas isoladas da sociedade. Muito pelo contrário, em razão de exigências econômicas, sociais e políticas, atentos às questões internas e externas, devem assumir seus lugares de protagonistas nas respostas às mudanças sociais e necessidades humanas. É imprescindível que trabalhem numa agenda social de forma proativa e fundamentada em princípios e valores que levem em consideração as necessidades da sociedade da qual fazem parte.

Para tanto, é de suma importância que as bancas jurídicas estejam conscientes das consequências trazidas pelo processo colonizador por meio do qual o país foi desenvolvido e que determinam os lugares que certos grupos ocuparão. Neste sentido, é necessário entender que a sociedade brasileira é estratificada e preserva padrões colonialistas – discriminatórios – que impedem o acesso destas parcelas populacionais, que não fazem parte do padrão determinado estruturalmente como hegemônico, a estes locais.

A partir daí, utilizando-se de técnicas de compliance e do conceito ESG, os escritórios devem: realizar uma avaliação de longo prazo, criando métricas e metas factíveis; desenvolver programas e políticas que busquem dar igualdade de oportunidade às pessoas pertencentes aos grupos historicamente excluídos; e criar ferramentas capazes de combater todas as formas de discriminação, inclusive aquelas que foram naturalizadas pela sociedade.

Além da forte pressão social para que essa “oxigenação” aconteça, tais questões são objeto de acordos internacionais. Desta maneira, exige-se que sejam desenvolvidas de forma capacitada e integrada, devendo fazer parte do planejamento e contar com um envolvimento da alta liderança. Uma vez que a governança, que se conecta à integridade do escritório, é instrumento que propicia ambientes de trabalhos saudáveis por meio da implementação de uma cultura que atinge toda a estrutura – desde a alta gestão, pessoas colaboradoras, prestadoras de serviço aos clientes.

Esta integração de responsabilidade social dos escritórios com estratégia do próprio negócio, dentro de uma agenda positiva, é o pilar da diversidade e inclusão – ferramenta de transformação e fonte permanente de combate às desigualdades que garante, também, longevidade às organizações.

Neste sentido, exatamente por se tratarem de técnicas de combate às mais variadas formas de discriminação, tais mudanças, que são estruturais, não serão alcançadas sem uma abordagem interseccional com a compreensão de temas como raça, classe e gênero, através da criação de departamentos internos especializados, que tenham autonomia para atuação. Assim, nesta coluna, trazendo dados e pesquisas correlatas, em diálogo com especialistas, abordaremos temas que partem destas perspectivas e que dificultam o acesso ou mantém à margem da sociedade grupos como mulheres, pessoas negras, LGBTQIAP+, PCDs, indígenas e etc. demonstrando o papel fundamental da advocacia no combate às Discriminações e no desenvolvimento dos escritórios.

Até breve!

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