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CAMINHAR JUNTOS (E O TEMPO TODO) PARA A EVOLUÇÃO É UM DOS FUNDAMENTOS DA SUSTENTABILIDADE

Muitas organizações têm refletido sobre o seu papel na questão da Sustentabilidade e do E-ESG, e vemos essa “provocação” de forma bastante positiva, mas a experiência demonstra que em muitos casos “não se avança”.

Na sua empresa, no seu escritório, no seu órgão de classe, no seu condomínio, nos locais em que você frequenta e faz compras, na academia, no supermercado, na sua igreja, na sua escola/faculdade (ou na de seus filhos), no seu clube etc.  já se percebe (de fato!) efetiva preocupação, e mudanças/melhorias concretas na direção correta – para que se construa uma realidade mais sustentável (de forma plena)?

E você (leitor/leitora), já passou a refletir sobre suas práticas (“insustentáveis”) e a tomar decisões, e a realizar escolhas, melhores quanto a seus hábitos e a seus fornecedores de produtos e de serviços? Avaliando, por exemplo, se os produtos garantem que são mais saudáveis, e que respeitam (em toda a cadeia de valor/produção) práticas ambientais e sociais/humanas adequadas, responsabilizando-se pela qualidade da procedência, e evitando também embalagens inadequadas, muito grandes ou duplas, exagero de açúcar e de conservantes, uso de plástico, e grande emissão de carbono? Comprovam que os produtos não são oriundos de áreas de queimadas, garimpo, desmatamento, contaminação de solo e água, terras invadidas e griladas etc.? E se os estabelecimentos que você frequenta (e de quem compra produtos/serviços) têm efetiva preocupação com a sua saúde (geral) e com as temáticas social e a ambiental, cuidando de seus colaboradores (diretos e indiretos) reduzindo o uso de agua, de produtos químicos, e de energia elétrica, acompanhando a efetiva reciclagem de resíduos, e no campo social, têm praticado efetiva inclusão e demonstrado cuidado com a diversidade, bem como estando de fato adaptado para a acessibilidade e a mobilidade (com rampas, corredores amplos, comunicação visual/auditiva inclusiva, sanitários para PCDs etc)?

Nos casos em que a resposta seja negativa, ou apenas minimamente positiva, será preciso “repensar suas escolhas”. E temos que trabalhar para que a conscientização seja coletiva, e que encontremos o nosso papel nesse tema; pois é uma questão geral. Afinal, o tema central deste artigo é o convite para que “caminhemos juntos” – rumo à sustentabilidade.

Temos que evitar, também, a armadilha da “politização partidária” do tema, pois as questões sociais e ambientais precisam estar muito “acima” de meras preferências, de ideologias, ou de acusações de uma proposta de “lado” ou de partido. São questões individuais e locais, que se tornam grupais e coletivas, bem como planetárias – e que demandam seriedade e urgência.

Vivemos tempos em que a “mera” reflexão é válida, mas é, também, apenas o “começo do começo”, pois temos que agir rapidamente. E em vários aspectos, já vivemos em emergência total.

Em diversas empresas/entidades o “tema nem começou” a ser avaliado, mas em grande parte das que “já saíram do zero”, tem havido uma certa “terceirização” da questão, para uma área ou departamento, ou ainda a uma instituição (por vezes fundações), sem que de fato se adeque a “organização inteira”, o que não permite que realmente se inclua mudanças na cultura, na estratégia de negócios, e no modelo de atuação. E nem sempre se considera “terceirizados”, fornecedores e a “cadeia de valor e produção” inteira.

Infelizmente, o que mais se vê e ouve é um conjunto de tentativas de justificar o que “não se pode fazer”, buscando entraves e dificuldades (quem nem sempre existem), sem que se avalie o que e como pode (e precisa) ser feito. Torna-se necessário, nesses casos, que todos continuemos pressionando, especialmente com nossas escolhas, para que no que for simples a adaptação seja imediata, e no que existir mais complexidade, seja elaborado com urgência um efetivo plano de transição, com prazos e recursos adequados, e com acompanhamento periódico.

São igualmente comuns os casos em que só se começa a realmente implementar mudanças em função de legislação ou de normas de autorregulação, sem que exista uma preocupação genuína com as questões aqui colocadas e “decisão efetiva” de melhoria,

Empresas de forma geral, lojas, sedes de entidades de classe, escolas, repartições públicas, clubes, equipamentos públicos, escritórios, igrejas, bares/restaurantes/espaços de eventos, e assim por diante, frequentemente são criticados por pouco ou nada fazerem para, de fato, tratarem melhor as pessoas e o meio ambiente, das pequenas às grandes questões. E muitas delas sequer demonstram efetivo respeito e acolhimento a temas que são cada vez mais urgentes.

Ainda temos nas nossas cidades grande quantidade de exemplos de falta de respeito no tocante a gênero, raça, cor, idade ou condições físicas e intelectuais, e da mesma forma, no tocante a animais, e a natureza de forma geral. Falta de respeito com a acessibilidade e a mobilidade, com o saneamento básico, com a qualidade do ar e dos rios, com a emissão de carbono, com a falta de verde (e até de sol), com as pessoas que vivem nas ruas, e com a falta de efetivo apoio na saúde, dentre vários outros aspectos.

Reclamarmos apenas das autoridades (e dos “governos”) é tão pouco quanto injusto, e é tão equivocado quanto simplista, pois são questões gerais e acerca das quais temos nossas próprias responsabilidades. Temos que perceber que, ao menos, grande parte do que precisa ser melhorado e corrigido depende de nossas escolhas, decisões, hábitos e práticas, pessoal ou coletivamente, nas nossas vidas e famílias ou no nossos trabalho, e de forma especial das empresas que prestigiamos.

Temos que reclamar sim, inclusive das autoridades, mas também que cobrar das pessoas que são eleitas para cuidar das entidades/órgãos de classe, dos condomínios, das cidades, dos estados e dos países. E (reiteramos) temos que ir além e analisar nossas próprias escolhas, decisões (de ação e de compra), práticas, atitudes etc.

E também não podemos cair na armadilha de tentarmos justificar a continuidade de práticas e de atitudes erradas (e já injustificáveis) com base apenas em faltas de incentivos fiscais e financeiros, e/ou de legislações antigas ou pouco eficazes. Temos que fazer muito além do que a legislação e as autoridades nos cobram – ou não haverá evolução.

De forma crescente (e há quem comemore isso) vemos organizações “procurando um certo selo E-ESG” por uma questão de imagem e de reputação, ou por pressões de mercado, mas infelizmente, muitos são os casos em que na verdade o “selo” é o único objetivo, e não a efetiva melhoria. Sem falarmos nos casos de mero “esgwashing”.

Em campanhas eleitorais, para órgãos de classe e para os diversos cargos políticos eletivos pouco se vê em termos de propostas para a melhoria da realidade em termos de sustentabilidade. E a culpa também é nossa!.

Eventos, congressos, seminários, festivais, palestras etc. da mesma forma, nem sempre demonstram efetiva preocupação com as pessoas (todas) e o meio ambiente, e pouco cobramos deles para que de fato melhorem.

Temos que ser, inclusive coerentes, e consistentes, evitando “exceções”, ainda que por vezes aparentemente “pequenas”.

E a questão chega ao nosso trabalho, ao que fazemos nas organizações, passando, também, pelo que ajudamos e orientamos nossos clientes e parceiros nesse tema. Até mesmo por ser um dos principais exemplos de fracasso ou de sucesso coletivos, a depender de como nos comportemos.

Em diversos casos, a realidade não mudará se as pessoas (nós!) não mudarem suas (nossas) próprias atitudes, não influenciarem positiva e efetivamente, e não cobrarem de quem pode e precisa agir – em todos os níveis, esferas, espaços, lugares e situações.

Como o convite à reflexão costuma ser o primeiro passo, infelizmente são muitos os exemplos em que as pessoas, assim como as organizações, “acabam enredadas” na falta de tempo, de foco, por vezes até numa visão equivocada do que precisa ser feito; e na prática pouco ou nada fazem. Uma recomendação, inclusive, é que todos nos ocupemos de conhecer os custos, e as alternativas, pois tem sido comum ouvirmos “explicações” de que nada pode ser feito em função de custos, sem que se avalie de fato o contexto todo, as alternativas, e o plano de transição.

Pouca gente é aberta e efetivamente contra a melhoria da vida das pessoas e ao cuidado com o meio ambiente, mas a maioria não avalia (de fato) o que precisa ser feito, e o que cada pessoa pode e precisa fazer para melhorar o cenário atual. E fica “inerte”, excessivamente passiva, ou aceita “desculpas” infundadas.

O tema é mundial, mas temos que perceber que tanto as questões sociais quanto as ambientais afetam e são afetadas por todas as pessoas, e que todos nós e tudo o que fazemos gera impacto, de forma que temos que cuidar melhor das pequenas à grandes escolhas, decisões e atitudes.

Ainda que pensemos apenas na nossa cidade, ou mesmo na nossa comunidade e no nosso “dia-a-dia”, veremos que são muitos os pontos sociais e ambientais que precisamos corrigir. A começar por nós mesmos, mas englobando a família, o grupo, a área, o setor etc.

Se existem casos extremos de fome e maus tratos às pessoas em casos de países que sofrem com guerras ou revoluções, bem como com guerras civis e perseguições de toda sorte, e ainda com secas (estruturais ou não), terremotos e demais catástrofes, temos que admitir e perceber que também no Brasil temos vivenciado situações semelhantes.

Grande parte de nossa população passa fome, sofre com o desemprego e a falta de uma renda mínima, sendo obrigada a “viver nas ruas” ou em situações subumanas, bem como é afetada por condições de trabalho tão absurdas que não lhes garantem nem mesmo um mínimo de dignidade.

E na área ambiental, todos temos visto nos últimos anos o que tem acontecido com o Brasil, das grandes secas e queimadas às grandes enchentes, dos tornados aos desmoronamentos, da poluição dos lagos, rios e mares à poluição do ar (fruto da queima de combustíveis fósseis, de outros gases gerados pelos diversos processos produtivos e mais recentemente das queimadas e enormes incêndios). E quem se interessa pelo tema sabe que  prognóstico é “péssimo”, e que a chance é de sobrevivência é única – mudarmos nossos hábitos e rotinas, decisões de compra etc.

Parcela importante do tema se relaciona com mudanças (e melhorias) de hábitos e de práticas, que por sua vez impactam a humanidade e o Planeta, e todas tem conexão com o que fazemos, com as nossas escolhas, em casa, na família, no condomínio, nos parques e nas praias, em nossas viagens, no nosso lazer, e também no nosso transporte, no nosso trabalho, nas empresas, nos órgãos de classe, na escola, na igreja e assim por diante.

Poucas organizações estão de fato implementando mudanças por ganho de consciência, e a maioria das que “já começaram” a reavaliar suas escolhas, decisões, prioridades, investimentos e práticas tem atuado de forma reativa. Ou seja, reagido a pressões de parceiros comerciais, de investidores ou financiadores, de seus colaboradores e/ou de clientes e consumidores.

Essa “pressão evolutiva” precisa aumentar, mas necessitamos que a reflexão sobre o que fazer em termos práticos e concretos seja tanto individual quanto coletiva, e temos que provocar mudanças e melhorias em todos os níveis, a começar por nós (e em paralelo “cobrando do vizinho, do empregador, do fornecedor, do parceiro, das autoridades etc.).

Engana-se quem acredita (ou propaga) que a sustentabilidade plena, e a efetiva preocupação com os direitos humanos e sociais, assim como o meio ambiente dependam, sempre, de enormes investimentos e ajustes.

Se existem (sim) questões mais complexas, e que demandam mais tempo e dinheiro, existem também muitas outras que podem ser implementadas imediatamente, e até mesmo sem custo nenhum, passando que mudemos/melhoremos os nossos hábitos, rotinas e escolhas.

Desde uma preocupação maior sobre quem contratamos para prestar serviços até com de quem compramos produtos, tanto em termos de produtores quanto de distribuidores, passando por conhecermos melhor as organizações e as práticas, escolhas e atividades.

Hábitos “simples” como usarmos menos os veículos, escolhermos marcas melhores, preferirmos produtos menos poluentes e que não produzam resíduos não recicláveis, reduzirmos o uso da água, da energia elétrica e de outros insumos etc.

Nota-se que em muitos casos o “simples” fato de nos conscientizarmos de que tudo o que fazemos gera impacto, e passarmos e escolher que esses impactos sejam melhores (ou ao menos com externalidades negativas reduzidas) já é um começo. Vivemos a era do impacto positivo, que precisa ser real, na empresa, no condomínio, no trabalho, e na nossa vida (privada e profissional).

Precisamos, pois, caminhar juntos (todas as pessoas), de forma cada vez mais rápida, e na direção correta, para que por consciência, por conveniência ou até mesmo por constrangimento, indivíduos e organizações realmente colaborem (na prática) para uma realidade tanto social quanto ambiental que pelo menos “pare de piorar”.

O esforço é conjunto (inclusive mundial), mas decorre de bilhões de escolhas e de atitudes individuais, e a prática precisa ser constante, o que demanda consciência e também coerência.

Pouco adianta, na prática, que se melhore apenas “em casa” ou “apenas no lazer” ou “apenas no trabalho”, ou apenas “nesse ou naquele aspecto”, pois é preciso que todos “caminhemos” em tudo (ainda que os primeiros passos sejam num ou noutro aspecto, temos que rapidamente alcançar o todo).

Provocamos, assim, toda a comunidade leitora a refletir sobre o que de fato estamos fazendo para mudar (melhorar) a realidade que vivenciamos “em toda parte”, tanto em termos pessoais quanto coletivos, e que passemos, também, a influenciar e a cobrar de nossas comunidades, nossas empresas, escritórios, órgãos de classe, associações, escolas, igrejas, bem como de toda sorte de fornecedores e de parceiros etc. – enquanto ainda é tempo.

A situação das pessoas e do meio ambiente, em termos locais e globais está em níveis insustentáveis, e só vivermos melhorias se agirmos “para valer” e de forma coerente e constante.

O que você começará a fazer HOJE, para que já na semana que vem a situação seja diferente? E no seu trabalho, e no seu escritório, e na sua profissão?

Avançar demanda escolhermos uma direção, “um norte”, caminharmos de forma coerente, e consistente. Nesse caso, é a nossa única chance.

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