Quem atua no universo corporativo sabe que o primeiro desafio dos empreendedores é manter o seu negócio vivo/ativo (“pagando as contas”) – ou seja, sobreviver (especialmente em países e cenários “complexos” como o Brasil), e que o segundo é efetivamente ganhar dinheiro de forma consistente e sustentável (no tempo).
Falar em “sustentabilidade” para negócios e organizações que estejam “naufragando” e “feridas de morte” é praticamente impossível, de maneira que é fundamental que todos entendam que esse conceito ajuda muito as empresas, mas que essas precisam adotar estratégias adequadas e “bem pensadas” de forma coerente, consistente e firme.
Agregar valor à sua organização e ter um retorno (lucro) adequado (de forma recorrente) fica ainda mais “puxado” quando se precisa lidar com “mudanças de ventos”, “viradas fiscais”, trocas de governantes, alterações (por vezes) radicais de políticas, ideologias, e suas consequências – como legislações e condições geopolíticas e econômicas que “mudam tudo, frequentemente”. E sem “contar” as mudanças e as alterações climáticas que são cada vez maiores, mais frequentes e impactantes.
Para serem sustentáveis as organizações precisam investir, e se organizar com certa consistência, e poder de fato planejar suas ações de forma estratégica – o que demanda evitar “mudanças de rota muito frequentes”; uma vez que não se pode confundir flexibilidade e adaptação com falta de rumo.
Boa Imagem e reputação organizacional são lentamente construídas, e valem muito! O que precisa levar as empresas a entender que não se devem equivocar ao escolher seus pilares de conduta, o que precisa envolver o cuidado com as pessoas, o meio ambiente, a boa governança e o “compliance” – e seus impactos.
Para conseguirmos lidar com essas questões é preciso que sejamos cada vez mais estratégicos, e que tentemos reduzir o impacto dessas alterações constantes, que tanto desnorteiam quanto atrapalham. O que, em outras palavras, significa conseguirmos tornar os negócios e as organizações efetivamente sustentáveis (e tanto quanto possível graças aos méritos da própria organização e de estratégias acertadas).
Tornou-se imperativo encontrar táticas, métodos, procedimentos, e mecanismos de gestão que de fato protejam a organização, e que a ajudem a buscar proteção em face desses cenários desafiadores – e que efetivamente apontem para um “caminho” a ser seguido como “política de estado”.
Nos últimos meses vários países tiveram eleições para os principais cargos de seus governos, e em muitos casos os novos governos/governantes já começaram a implementar “mudanças profundas e radicais”.
Recomenda-se muito cuidado e atenção para conseguir “separar o joio do trigo”, pois seguir simplesmente “os ventos das ideologias” pode ser extremamente arriscado.
Organizações que entenderem a força e a importância da consciência, da efetiva inovação, da melhoria e da sustentabilidade, certamente dependerão menos do apoio “dos governantes” e se deixarão levar por mudanças legislativas que mais atrapalham do que ajudam.
O “teste” de sobrevivência para as organizações (do Brasil e do mundo) nos próximos anos será “tremendo”; e quem não tiver estratégia, planejamento e recursos para se adaptar passará por um período de muita turbulência.
Pactos, acordos e negociações bilaterais e regionais já estão sendo perigosamente revistos e alterados (e é bem provável que a questão seja acelerada rapidamente), para atender a pequenos grupos de pressão, e visões de curto prazo; que não se preocupam com a sustentabilidade – nem das organizações, nem das pessoas, nem do Planeta.
Nesse contexto, fortemente influenciado por ideologias, empreendedores e investidores serão “chamados” a mostrar quem de fato tem bons produtos e serviços, modelos de negócios, equipe e recursos, e fundamentalmente estratégia e planejamento (apesar das incertezas e mudanças) – e quem apenas “segue os ventos do momento”.
A chamada “pauta E-ESG” tem sido muito atacada por quem não a entendeu, e que (portanto) ainda a confunde com ideologia e com teses equivocadas que preferem considerar apenas custos e dificuldades (sem enxergar que se trata de estratégia de negócios e de ganhar dinheiro da forma correta).
Apesar de já podermos “celebrar” o crescimento da mentalidade E-ESG no mercado corporativo (tanto nacional quanto internacionalmente), e o fato de que já não se precisa mais explicar o significado das “quatro letras” que estão revolucionando as organizações e os modelos de negócios, infelizmente ainda há quem não entenda que se trata de estratégia; e de ganhar (muito) dinheiro.
Notemos que ao invés de governos e legislações efetivamente buscarem ajudar os seus próprios países, habitantes e empreendedores, com apoios, orientações e financiamento no sentido da evolução, da inovação e da sustentabilidade, melhorando o ambiente de negócios e a vida das pessoas, vários deles “confundem pautas”, adotam visões meramente negacionistas, e parecem não conseguir entender que melhorar organizações é ‘fazer o certo” – e com isso impactar positivamente a sociedade, e ganhar mais dinheiro.
Tecnologias e negócios melhores, mais limpos e sustentáveis ajudam muito, e merecem ser reconhecidos – e não atacados; mas nem sempre é o que se percebe atualmente.
Governantes e políticos de forma geral, que não consigam entender que já não faz nenhum sentido retroceder, ou manter práticas de negócios que “estraguem o Planeta”, que afetem negativamente a vida das pessoas e sua saúde (até mesmo a sobrevivência), e que gerem ou mantenham desigualdades e distorções sociais prestam “desserviços” a seus países. E a história demonstrará rapidamente que seus interesses e objetivos eram bem distantes do que faziam alguns acreditar.
Quem ainda não entendeu que o conceito e os objetivos da mentalidade E-ESG não são passageiros, nem modismo, nem burocracia, nem custos injustificáveis, nem marketing, e que valem “mercados, clientes, investimentos, lucros e sustentabilidade”, não consegue perceber que em verdade resumem muita estratégia; e que em diversos casos apontam para a única forma de alguns negócios sobreviverem.
Precisamos recordar que E-ESG engloba ações e condutas que as organizações percebem que são corretas, necessárias e melhores; que criam ou ajudam negócios, e que não se confundem com (e nem se limitam a) seguir a legislação aplicável.
Obedecer e seguir as leis é obrigação de todos nós, mas nada mais é do que o mínimo a ser feito, e não que não há nada estratégico e nem merecedor de aplausos por “apenas” seguir a legislação aplicável.
Naturalmente, as “nova legislações” que tem surgido em diversos países, enquanto vigentes, precisam ser observadas, mas é preciso evitar que gerem acomodação, ou que sejam utilizadas para desestimular práticas melhores e mais sustentáveis pelas empresas. E, também, que quando equivocadas sejam utilizadas como falsa justificativa para se estimular práticas insustentáveis, perigosas, danosas e ultrapassadas.
E-ESG é o que as organizações fazem por convicção e consciência, que seja “além” (“a mais”) do que o mínimo legal, por entenderem que precisam fazer mais e melhor, por ser o correto, mas também por valer muito dinheiro (como temos demonstrado em artigos, livros, aulas e palestras ao longo dos anos, em sintonia com diversos pesquisadores, estudiosos, consultores, especialistas e empreendedores que indicam o mesmo caminho).
Retomando, assim, a importância e o real significado (e propósito) dessa forma mais moderna e sustentável de se gerir organizações, procuramos recordar a investidores, gestores e executivos, que ainda que “governos e legislações” (como temos visto em alguns países nos últimos meses) fiquem “mudando a direção dos ventos”, por preferências (equivocadas) pessoais, ou por ideologias ou interesses partidários, as organizações precisam ter a sua própria estratégia – sob pena de “naufragarem” por adotarem falos “atalhos mágicos” rumo ao lucro ilusório e passageiro.
O “tamanho” do estrago e do impacto negativo que ideologias e posições equivocados provocarão (nas organizações e nos países) ainda será observado a médio e a longo prazo, assim como os efeitos de legislações, e decisões governamentais erradas, mas alertamos as organizações e seus dirigentes para que não se deixem enganar ou levar pelo que pode afetar negativamente a estratégia e os planos de valorização do seu negócio.
Temos que nos lembrar, sempre, de que E-ESG é estratégia corporativa, e a forma mais moderna de conceber e de gerir empreendimentos e negócios – com vistas a sustentabilidade empresarial plena, e a ganhar mais dinheiro.