A economia tokenizada é um tema que vem ganhando destaque no mercado de ativos digitais. Não à toa, é um setor que deve arrecadar US$ 4 trilhões até 2030, conforme levantamento do banco Citi. Impulsionada pela tecnologia blockchain, a economia tokenizada está moldando a forma como lidamos com transações financeiras.
A seguir, veremos o que é economia tokenizada, quais são os tipos de tokens, os desafios enfrentados, bem como as perspectivas e tendências para ficar de olho. Continue lendo!
O que é economia tokenizada?
Economia tokenizada refere-se ao sistema de ativos – como dinheiro, imóveis, ações etc. – representados por tokens, armazenados em blockchains. Esses tokens funcionam como versões digitais dos ativos físicos, permitindo transações mais eficientes e descentralizadas.
A economia tokenizada permite que um ativo seja dividido em várias partes, o que promove maior liquidez e acesso ao ativo.
Tokens fungíveis e não-fungíveis
Os tokens apresentam características distintas, como veremos a seguir:
- Fungível: podem ser multiplicados ou substituídos por outro bem da mesma espécie. Por exemplo: um Bitcoin pode ser trocado por outro criptoativo, porque o valor da criptomoeda é igualmente intercambiável, ou seja, não há perda de valor.
- Não-fungível: são únicos e não podem ser substituídos por outro bem de mesmo valor devido a suas singularidades. Como exemplos podemos citar objetos de coleção, obras de arte e NFTs (Non Fungible Token).
Tipos de tokens
- Payment Token: é usado para pagamentos de bens e serviços virtuais, conta com criptografia, que evita fraudes e transações irregulares.
- Utility Token: geralmente oferecem descontos ou acesso exclusivo a produtos, por exemplo.
- Security Token: esta modalidade representa a propriedade de um ativo negociável. Geralmente conferem benefícios aos detentores, como direito ao voto, pagamento de dividendos, entre outros. Por esse motivo, são considerados mais seguros.
- Equity Token: representa participação acionária em uma empresa, ou seja, concede aos investidores o direito de possuir uma fração de uma instituição e, com isso, participar das decisões e lucros.
Desafios
Abaixo, citamos dois principais desafios da economia tokenizada para o setor jurídico, tendo em vista a complexidade das operações e pelo tema ser relativamente novo.
- Regulamentação: com as variedades de tokens – dinheiro, ações, obras de arte etc. –, os órgãos regulatórios podem encontrar dificuldades sobre como esses ativos devem ser tratados legalmente.
- Privacidade: as blockchains armazenam dados sensíveis de clientes. Nesse sentido, surgem preocupações em como proteger essas informações e garantir a privacidade dos usuários.
Perspectivas e tendências
Um estudo conduzido pela YouGov a pedido da Consensys, uma empresa de tecnologia Web3, descobriu que os brasileiros têm um forte interesse em possuir ativos digitais. A pesquisa, realizada em 15 países, entrevistou 1.005 brasileiros com idades entre 18 e 65 anos, entre 26 de abril e 16 de maio de 2023. Os resultados mostraram uma associação positiva das criptomoedas, vistas como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional e um indicativo do futuro.
Ainda de acordo com a pesquisa, 1 em cada 5 brasileiros possui criptomoedas atualmente. Quando o assunto é regulamentação, 48% afirmam que esses ativos digitais precisam ser regulamentados. Já 8% acreditam que os reguladores devem evitar regulamentar as criptomoedas, permitindo que o mercado e o setor se autorregulem.
A chegada do Drex – Real Digital, criado pelo Banco Central – prevista para o final deste ano e início de 2025, poderá impulsionar a procura e, consequentemente, aumentar a demanda por profissionais que dominem o Direito Digital.