A segurança digital é uma pauta que tem ganhado mais destaque nos últimos anos em função do aumento de ataques cibernéticos. No mundo corporativo, é essencial estar ainda mais atento a essa questão, já que lidar com dados sensíveis internos e de clientes exige medidas de proteção. Com o avanço tecnológico, é possível adotar práticas e processos da operação para proteger altos volumes de informações confidenciais.
Para abordar este assunto, entrevistamos Klaus Riffel, fundador e CEO da DOC9. Riffel possui graduação em Direito pela PUCR/RS; especialização em Direito Societário pela PUC/RS, em Direito Tributário pelo IBET e Finanças pela ESPM/RS; e MBA na Fundação Don Cabral/MG. É também palestrante sobre Empreendedorismo, Inovação, Tecnologia e Direito.
- O Whom?, Gerenciador de Certificados Digitais, uma das soluções da DOC9 é considerada uma regtech. O que significa isso?
A Doc9, na sua essência, é uma Lawtech, pois através de tecnologia e rotinas jurídicas melhora a vida das pessoas, trazendo mais leveza para os seus cotidianos.
Quando falamos que o Whom?, como iniciativa dentro da DOC9, pode ser também encarada com uma Regtech, é por que ele atua em uma área de regulação (Certificados Digitais), aplicando para estas certificações virtuais toda uma tecnologia, ainda única no mercado, de gestão e compartilhamento seguro.
- Com o avanço tecnológico, os ataques cibernéticos também ficam mais sofisticados e frequentes. Quais são as principais estratégias para manter a segurança digital dos negócios?
Adquirir o Whom? (risos). Na verdade, em um ambiente corporativo cada vez mais virtual e dinâmico, informações de todos os tipos tendem a trafegar de forma mais rápida e fácil. Isso é muito bom, mas também gera muitos riscos. Saber separar o que são dados sensíveis de dados ordinários, que se caírem em mão erradas podem gerar prejuízos relevantes, é fundamental para a segurança digital dos negócios.
Entender a natureza de cada dado e informações e quais as ferramentas e processos existentes no mercado para protegê-los , ao meu ver é o ponto de partida para todas aquelas empresas que ainda não estão preparadas para esta nova realidade.
- Como funciona e quais as vantagens do certificado digital em nuvem?
Diferentemente de certificados digitais em nuvem, que podem já ser emitidos em qualquer certificadora, a nossa solução usa certificados do tipo A1 (aqueles instalados nas máquinas), que é instalado na nossa nuvem.
Desta forma, com apenas um certificado instalado no WHOM?, o titular do certificado ou mesmo um gestor de sua confiança, devidamente autorizado, pode conceder o uso daquele certificado para colaboradores e terceirizados, limitando o que se pode ou não acessar, e, dentro das liberações, gerir o que se pode ou não fazer em cada um dos acessos. Em outras palavras, tira-se o poder ilimitado do detentor do certificado, que antes possuía um “cheque em branco” para fazer o que quisesse em nome do seu titular.
- Como a tecnologia pode ajudar as empresas e os escritórios a se adequarem às normas de compliance e à LGPD?
Além de todos os benefícios listados na resposta anterior, cada usuário, quando recebe a liberação de uso de um certificado (que é encaminhado, por e-mail, através de um token irrastreável, que ao ser colocado em um extensão no navegador, libera os acessos e permissões), ao utilizar o WHOM?, terá toda sua navegação e tarefas registradas em um Log de uso, que poderá ser consultado a qualquer momento pelo titular ou gestor do certificado.
Isso significa que informações sensíveis, antes facilmente acessadas com os certificados digitais, agora não poderão mais ser mais consumidas, e mesmo que sejam, terão um monitoramento claro, gerando o devido controle, conforme exige a nova lei geral de proteção de dados.
- Qual a diferença entre tecnologia e inovação?
Tecnologia, da forma como entendo, é o conjunto de conhecimentos, técnicas ou mesmos processos e dispositivos que são utilizados para produzir bens e serviços. É algo que já existe e que pode ser aplicado em diversas áreas. Por exemplo, a tecnologia de realidade virtual, que permite inúmeras atividades a partir da mesma solução.
Já a inovação é a introdução de algo novo ou diferente que traz uma mudança positiva, sendo esta tecnológica ou não. Pode ser, inclusive, a aplicação criativa da tecnologia para criar novas soluções ou melhorias em produtos, serviços ou processos existentes. A inovação pode ser uma melhoria incremental de um processo, representada por uma pequena mudança em algo que já existe, ou pode ser também algo mais disruptivo, que cria uma mudança radical na forma como as coisas são feitas.