Inteligência artificial nas operações jurídicas chega a cada vez mais escritórios

Inteligência artificial nas operações jurídicas

No início da pandemia do novo coronavírus, o relatório de tendências Euromonitor apontava: enquanto atualmente as relações de consumo são focadas em recursos visuais e multissensoriais, a médio prazo haveria crescimento de mecanismos de voz e inteligência artificial (IA). Em relação às operações jurídicas, tudo leva a crer que essa tendência já está se tornando realidade.

“Apesar de a confiança total e o acesso universal a essas tecnologias ainda estarem distantes, estamos aceitando o conceito de robôs movidos por IA para o nosso próprio bem-estar, conveniência e conforto”, discorreu o relatório. “Crescendo com a tecnologia como parte integral de suas vidas, a geração Alfa não distinguirá mais o digital do físico.”

Na mesma edição, o especialista Loo Wee Tek complementou: “Com o apoio de algoritmos e técnicas de machine learning amadurecidos, a robótica movida por IA é uma ferramenta para alcançar a automatização precisa e evitar riscos causados pelo homem.”

Assim, ao contrário do que muitos pensam, a adoção da inteligência artificial não gera mais erros, mas pode reduzi-los. E muitos escritórios de advocacia já perceberam isso.

Dentro das bancas

Da gestão de documentos ao departamento de marketing, a tecnologia é a grande aliada dos escritórios para economizar tempo e ganhar produtividade.

A inteligência artificial está cada vez mais presente no gerenciamento de processos. A rotina das firmas tem sido otimizada com ações que unem informação jurídica, administração e tecnologia, o que pode englobar automação, coleta de dados e machine learning.

Especificamente no Direito Tributário, a IA também já está auxiliando muitas bancas a lidar com a diversidade de normas da Receita Federal – com a função, por exemplo, de cruzar os dados de contribuintes com milhões de diretrizes fiscais. Essa funcionalidade possibilita identificar riscos e extingui-los (veja aqui).

Até no metaverso, espaço interativo e imersivo onde muitos escritórios já marcam presença, o mundo real é reproduzido por meio de diferentes conceitos tecnológicos que convivem em sinergia, e a inteligência artificial é um deles.

De acordo com Moritz Wolff, country manager da empresa Insider, é possível até mesmo aplicar sistemas inteligentes de marketing sem possuir uma equipe de tecnologia da informação (TI). Plataformas específicas selecionam potenciais clientes com o objetivo de personalizar experiências. Entretanto, os advogados devem sempre observar as determinações do provimento 94/00 da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) sobre publicidade no setor.

Sistemas podem usar as redes sociais e as funcionalidades dos smartphones em prol do engajamento e da conversão de leads. Essas camadas captam as ações do usuário, rastreando seu percurso na internet, seus interesses, os filtros que usa e seu tempo de análise de opções. Alimentada por inteligência artificial e machine learning, a solução calcula probabilidades como as de conversão a partir dos dados do usuário e de seu comportamento. “Tudo é feito pela equipe de marketing e CRM”, explicou Wolff.

A partir de 2023, espera-se que haja grande expansão da utilização e dos benefícios da inteligência artificial não só dentro do mundo jurídico, mas em toda a cadeia de produtos e serviços.

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