Minha Carreira no Direito

Pensei muito em como iniciar esta coluna e nada melhor do que começar me apresentando: para aqueles que não me conhecem, meu nome é Isabela, tenho 24 anos e me formei em Direito na PUC/SP em plena pandemia, especificamente em dezembro de 2020. Além de ter me formado neste período, também prestei o exame da ordem durante a pandemia (o exame mais longo de todos os tempos – 10 meses aproximadamente entre a primeira e a segunda fase). Porém, estas são histórias para as próximas colunas…

A fim de que vocês me conheçam um pouco mais, gostaria de dividir um pouco da minha trajetória:

Desde muito pequena sempre desejei ser advogada. Não foi influência dos meus pais (ambos são médicos). Era uma vontade própria, uma ideia fixa e praticamente imutável.

Por que eu queria ser advogada desde tão cedo? Acredito que sempre busquei a tão famigerada justiça e, na minha cabeça de criança, a única forma de alcançá-la era por meio da advocacia.

Pois bem, cresci. Finalmente estava no terceiro ano do ensino médio e precisava realizar a tão temida escolha da profissão que seguiria pelo resto da minha vida. Se eu falar que não fiquei em dúvida, estaria mentindo. Questionei-me se deveria escolher o caminho do Direito, que sempre sonhei, ou Economia (uma área que me interessava naquela época). Até prestei alguns vestibulares para Economia. No entanto, minha intuição me dizia para seguir pelo caminho do Direito e assim fui.

Em julho de 2015, ingressei na PUC/SP. Quando tive as primeiras aulas de Direito, eu me apaixonei. Tive a certeza de que fiz a escolha certa e de que gostaria de trabalhar com Direito pelo resto da minha vida.

Sendo assim, durante todo meu período de faculdade, fui em busca de aproveitar todos os cursos/oportunidades extras que esta oferecia. Dessa forma, realizei diversas monitorias (nas mais diversas áreas como Direito Administrativo, Constitucional e Penal) com professores que eu muito admirava. Devo muito às monitorias que me despertaram um interesse muito grande pela área acadêmica. Seguindo um pouco esta linha acadêmica, iniciei uma iniciação científica com bolsa pela faculdade. Também entrei em alguns grupos de estudos que me trouxeram ainda mais conhecimento. Por fim, fiz um intercâmbio de 6 meses pela faculdade para a Universidade de Coimbra (no futuro, abordarei um pouco da minha experiência por lá, que foi muito singular).

O caminho mais óbvio para mim era o de que eu seria advogada. Afinal, nunca havia pensado diferente. Eu tinha colegas de sala que pensavam em ser promotores, juízes, defensores públicos e estas ideias sequer passavam pela minha cabeça.

Tendo isso em vista, considerando que eu iria ser advogada, mergulhei numa aventura por um escritório grande e muito renomado logo em meu 2º ano da faculdade. No referido escritório, trabalhei com Direito do Trabalho, na parte consultiva. Foi uma experiência ótima e um tanto quanto desafiadora, uma vez que ainda não tinha visto esta matéria na faculdade. No entanto, tive chefes muito bons, que muito me ensinaram.

Não obstante, a mesma intuição que me disse para seguir no caminho do Direito no terceiro ano do ensino médio, dizia-me que eu deveria experimentar estagiar em um órgão público, que talvez aquele fosse o meu caminho.

Demorei muito tempo para dar ouvidos a esta minha intuição. Fiquei dois anos no escritório, fui para o intercâmbio em Coimbra e apenas depois de retornar ao Brasil, comecei a estagiar em um gabinete de segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Foi uma experiência completamente diferente do escritório. Em breve, detalharei um pouco mais sobre a experiência que tive no gabinete vs. escritório. De qualquer forma, estagiando no gabinete foi onde me encontrei com absoluta certeza. Tive a convicção de que algum dia quero trabalhar como juíza.

Estou ciente de que desejar isto significa enfrentar um caminho repleto de percalços, mas tenho o otimismo de pensar que esta escolha me trará muita felicidade e conquistas.

Uma informação importante: para ser possível prestar o concurso para magistratura é preciso ao menos 3 anos de experiência/prática jurídica após formado.

Enquanto não atinjo este meu objetivo de longo prazo, estou atuando como advogada e trabalhando em um cursinho preparatório para OAB. A história de como fui parar no cursinho também é interessante. Aguardem…

De todo modo, espero que vocês possam me acompanhar ao longo desta minha longa trajetória e possam me conhecer um pouquinho mais durante este período. Muitas vezes enriquecemos as possibilidades de atuação profissional ao conhecer as trajetórias de outras pessoas. Aprendemos com os erros e acertos, tanto os nossos como os de outros. Posto isto, ficarei feliz se puder ajudar alguém a partir dos relatos de minhas experiências prévias.

Isabela Salhani Ferrari

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