Um balanço de gestão de pessoas até aqui

O que foi possível fazer e o que acabou ficando só na teoria

No começo deste ano, fazia aqui a minha estreia como colunista, abordando os desafios num mundo “pós-pandemia” e os aprendizados que poderiam ser aplicados para que a atração e retenção de talentos fossem mantidas em um novo modelo de trabalho. Analisando esses últimos seis meses, nenhuma conclusão pode ser feita, mas muitas tendências e aprendizados continuam sendo disseminados. Uma delas é a “flexibilidade”. Numa recente pesquisa da Mckinsey, esse tema se mostra crucial para transformação cultural e adaptação ao mundo contemporâneo.

Olhando o meu universo jurídico e trocando experiências com líderes de RH de diferentes segmentos, muitas dúvidas e incertezas ainda são frequentes e cada um tem feito o que pode, principalmente considerando os desafios impostos pela crise econômica global, agravada pelo cenário político instável no país em razão da eleição presidencial. Estamos em uma transição importante e precisamos atravessar este período de forma atenta ao clima da organização e ao sentimento das pessoas, uma vez que cada empresa, com sua liderança e seu RH, tem em mãos um pedaço importante da sociedade para “cuidar”.

Em um cenário onde adaptação e aprendizado ainda estão em curso, o quanto cada empresa será capaz de inovar, flexibilizar e melhorar com boas práticas, a meu ver, ainda está sob teste. Neste fim de semestre, cabem boas reflexões para que a estratégia relacionada a pessoas não fique só na teoria.  O que foi feito até aqui? O que fizemos em gestão de pessoas para engajar, reter e desenvolver os profissionais?

Esses 5 temas, abaixo, são um bom começo para essa reflexão.

1. Integração de novos profissionais: Para muitas empresas que atraíram pessoas na pandemia, de forma virtual, um processo estruturado de onboarding e acolhimento tornou-se indispensável para uma boa integração e retenção desses novos profissionais – não como treinamentos mandatórios, mas como espaços de troca para que as pessoas possam se conhecer e buscar diferentes formas de se identificar com a marca.

2. Flexibilidade: aqueles gestores que ainda não pensaram em “flexibilidade” estão perdendo uma grande chance de atrair e reter talentos. A pandemia mostrou que o trabalho em locais e horários flexíveis proporciona melhores condições para uma boa saúde física e, principalmente, mental. Existem diferentes práticas e política. Cabe cada empresa achar o seu caminho de flexibilização.

3. Conversas periódicas: as conversas frequentes e feedbacks claros, transparentes e construtivos são fundamentais para um bom direcionamento dos profissionais e para que ajudá-los a criar confiança, engajamento e motivação. Não espere apenas os momentos de avaliação de desempenho para isso. Faça de forma constante.

4. Celebração: celebre! Reconheça as conquistas. Não reconheça apenas o sucesso de grandes projetos, mas, sim, celebre pequenas conquistas diárias. Sabemos que o profissional reconhecido é mais feliz. Promova encontros, faça e-mails de reconhecimento e não deixe que as vitórias caiam no esquecimento.

5. Diversidade: um ambiente inclusivo e diverso traz o melhor das melhores pessoas. Atrai, retém, potencializa a produtividade, fortalece a cultura e proporciona mais felicidade. Valorize as diferentes ideias, origens e cabeças. Escute e aprenda com cada uma delas.

As mudanças só acontecem quando as grandes ideias viram bons exemplos. Que você e eu possamos, no final do ano, ter certeza que, de alguma forma, fizemos algo melhor para e com as pessoas apesar de tantos desafios enfrentados.

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