6 erros para não cometer na cultura organizacional do seu escritório

Em alguns escritórios de advocacia, a cultura organizacional costuma se tornar visível apenas quando surgem problemas, como alta rotatividade, conflitos internos ou queda no engajamento das equipes. Isso acontece porque, em muitos casos, a cultura não é construída de forma intencional, mas acaba sendo moldada pela rotina intensa, pela pressão por resultados e pelos exemplos dados pela liderança ao longo do tempo.

Neste texto, você confere seis erros comuns na construção da cultura organizacional em escritórios de advocacia. Os tópicos abordam desde a falta de planejamento e coerência da liderança até falhas de comunicação, reconhecimento e acompanhamento da cultura à medida que o escritório cresce.

1. Construir a cultura sem planejamento estratégico

Em muitos escritórios, a cultura é tratada como algo secundário, que se ajusta naturalmente à medida que o negócio cresce. O problema é que, sem planejamento, ela passa a ser guiada apenas por urgências, metas de curto prazo e decisões isoladas de sócios ou líderes.

Na prática, isso significa não ter clareza sobre quais comportamentos devem ser incentivados, quais são inegociáveis e quais já não fazem mais sentido para o momento atual do escritório. O resultado é uma cultura reativa, que muda conforme o gestor, o cliente ou a pressão do período, e nunca se consolida de fato.

2. Incoerência entre discurso e prática da liderança

Poucos fatores desgastam tanto a cultura de um escritório quanto a distância entre o que se diz e o que se pratica. Não basta defender colaboração, equilíbrio ou ética se, no cotidiano, os exemplos da liderança apontam para o contrário.

Quando sócios e gestores não incorporam os valores que comunicam, a mensagem transmitida às equipes é clara: a cultura existe apenas no discurso institucional. Com o tempo, isso gera desmotivação e um ambiente onde as pessoas não se engajam genuinamente.

Em escritórios, onde a hierarquia costuma ser mais rígida, esse desalinhamento se intensifica, pois os comportamentos da liderança funcionam como referência direta para o restante do time.

3. Não zelar pela transparência nas relações e decisões

A ausência de transparência é um dos erros mais silenciosos na cultura organizacional. Ela se manifesta quando critérios de promoção não são claros, decisões estratégicas não são explicadas ou mudanças impactam as equipes sem qualquer contextualização.

Em escritórios de advocacia, isso pode gerar insegurança constante e especulações que minam a confiança interna. Sem transparência, as pessoas passam a interpretar decisões por conta própria.

Com o tempo, esse ambiente dificulta o diálogo, reduz o senso de pertencimento e fortalece uma cultura baseada no medo ou na autoproteção.

4. Desconsiderar quem vivencia a cultura no cotidiano do escritório

A cultura organizacional só se consolida quando é vivenciada pelas pessoas no dia a dia do escritório. Quando os profissionais não são envolvidos nesse processo, os valores tendem a permanecer abstratos e distantes da rotina real de trabalho.

Sem espaço para escuta e participação, a cultura passa a ser percebida como algo imposto, o que dificulta a adaptação dos comportamentos esperados e enfraquece o engajamento das equipes. Com o tempo, essa desconexão compromete a efetividade da cultura e sua capacidade de orientar decisões e relações internas.

5. Não manter uma cultura contínua de feedback

Muitos escritórios ainda associam feedback a momentos pontuais, como avaliações anuais ou situações de erro. A ausência de conversas frequentes sobre expectativas, desempenho e desenvolvimento faz com que profissionais trabalhem por longos períodos sem saber se estão no caminho certo.

Sem feedback, surgem frustrações acumuladas, interpretações equivocadas e dificuldades de alinhamento entre líderes e equipes. Além disso, perde-se a oportunidade de corrigir rotas rapidamente e de fortalecer relações profissionais baseadas em confiança e clareza.

6. Não acompanhar a cultura à medida que o escritório evolui

A cultura organizacional não é estática, e ignorar isso é um erro comum. Escritórios que crescem, mudam de porte, ampliam áreas de atuação ou passam por sucessões de liderança precisam revisar, com frequência, se a cultura ainda reflete sua realidade.

Quando esse acompanhamento não acontece, surgem desalinhamentos entre gerações, conflitos de expectativa e perda de identidade. O que funcionava em um escritório pequeno pode se tornar um entrave em uma estrutura maior e mais complexa.

Saiba como criar uma cultura organizacional forte no seu escritório!

Como contornar erros na cultura organizacional

Contornar os erros na construção da cultura organizacional em escritórios de advocacia exige, antes de tudo, disposição para observar a própria organização com mais criticidade. Cultura não se corrige por meio de ações isoladas ou comunicados bem escritos, mas por um exercício contínuo de leitura do ambiente interno e das práticas que se tornaram naturais ao longo do tempo.

Em muitos escritórios, determinados comportamentos são mantidos não porque fazem sentido, mas porque “sempre funcionaram assim”. Questionar essas lógicas — especialmente em estruturas tradicionais — pode causar desconforto, mas é justamente nesse ponto que a cultura começa a amadurecer. Ignorar esse movimento mantém o escritório preso a padrões que já não acompanham seu crescimento ou o perfil das novas gerações de profissionais.

Ao transformar a cultura em um objeto legítimo de análise e reflexão, o escritório cria condições para alinhar sua identidade interna à forma como deseja se posicionar no mercado, fortalecendo relações profissionais e reduzindo tensões que, muitas vezes, não encontram espaço para serem nomeadas.

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR DE: