Correspondente jurídico: o que saber para atuar nessa função

O correspondente jurídico é um profissional que atende às demandas de outros advogados com qualificação e comprometimento.

Ser correspondente jurídico pode ser uma ótima forma de garantir um dinheiro extra. Em outra ótica, é uma maneira de um escritório de advocacia economizar com alguns custos básicos, como diárias de hotel e deslocamento de um profissional próprio para outra cidade.

Essa função é muito comum no Brasil, mas nem todos os advogados se adaptam para realizá-la. Quer saber o necessário para atuar como correspondente jurídico? Confira!

O que é um correspondente jurídico?

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O correspondente jurídico é um advogado de apoio que presta serviços jurídicos específicos para outros advogados, empresas ou escritórios de advocacia. Sua atuação mais comum ocorre quando um desses clientes precisa atender a uma demanda fora da sua região de atuação. 

Tomaz Chaves, CEO do Juris e cofundador da AB2L, destaca que “o correspondente jurídico atua de forma pontual, não se tornando responsável por nenhum processo. Em geral, ele é contratado por colegas de outras cidades pararealizar serviços em sua cidade de atuação”.

Quem pode ser correspondente jurídico?

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Advogados e estagiários de Direito com inscrição regular na OAB podem ser correspondente jurídico.

No caso do estagiário, é preciso ter a carteira de estagiário. Ele é autorizado a praticar três atos de forma isolada, sem supervisão de um advogado: 

  • Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos;
  • Obter certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos;
  • Retirar e devolver autos em cartório.

Se ele possuir substabelecimento ou autorização de advogado, também poderá comparecer isoladamente para realizar atos extrajudiciais.

Como é a atuação desse profissional? 

O trabalho do correspondente jurídico envolve muitas burocracias, mas também pode envolver procedimentos mais complexos. Quem define sua atuação é o cliente que precisa atuar fora da região.

Dentre as tarefas simples, de menor complexidade, estão despachos, diligências, protocolos, cópias de processo e outros atos que dão andamento aos processos. Em geral, elas são destinadas a advogados de apoio em início de carreira, recém-formados e estagiários.

As tarefas mais complexas, que também podem ser realizadas pelo correspondente jurídico, podem envolver comparecimento em audiências, escrita de peças processuais, e sustentações orais. 

Como atuar como correspondente jurídico?

Para ser correspondente jurídico, é preciso ser bem qualificado e avaliado. A qualificação envolve o conhecimento necessário para praticar os atos que o cliente requer. Um profissional que não se sente seguro para realizar uma sustentação oral não deve aceitar a demanda. Caso aceite, sem a preparação e o conhecimento adequado, há grandes chances de prejudicar sua própria reputação. 

E disso decorre a avaliação. Cada cliente que contrata o serviço de um correspondente jurídico avalia como foi feita a execução da tarefa. Principalmente nas plataformas de advocacia de apoio, essas avaliações são conhecidas por potenciais contratantes – e esse é mais um motivo para ter bastante cuidado ao atuar. 

Tomaz também destaca a publicidade como algo fundamental para ser correspondente jurídico. Para ele, “o melhor caminho é se cadastrar em uma plataforma de correspondência jurídica. Você pode divulgar os seus serviços no LinkedIn e demais redes sociais, além de montar uma pequena logística jurídica com colegas”.

Além disso, é fundamental que o correspondente jurídico tenha algumas características de organização, bom relacionamento e marketing pessoal eficiente:

  • Organização da rotina: com tantas diligências para realizar, é fundamental que o profissional organize sua rotina e estabeleça prioridades. É uma forma eficiente de trabalho que evita a perda de prazo. Uma autogestão eficiente é, inclusive, uma característica do advogado 4.0.;
  • Bom relacionamento com cliente: a boa relação com clientes é um dos pilares do marketing jurídico, que envolve não só a prospecção, como também a fidelização. Lembre-se de que seu cliente é um advogado ou uma empresa, que tem conhecimento sobre as tarefas. A comunicação será tranquila, mas deve ser, também, constante, como prática de bom relacionamento;
  • Marketing pessoal eficiente: ter boa presença na internet, inclusive nas plataformas de correspondência jurídica, é uma forma de ser visto e lembrado. Mas isso não basta. Para se diferenciar entre tantos outros profissionais, seu marketing pessoal deve ser muito bom.

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