Dissemos que a geração de resultados de Eficiência Jurídica parte da captura de oportunidades não exploradas, da eliminação de desperdícios (tempo e dinheiro) e de possibilitar o foco em inteligência jurídica estratégica.
Antes de poder compartilhar como começar, é preciso mapear mais detalhadamente quais tipos de resultados que o Jurídico pode gerar. Desta vez vamos explorar os impactos financeiros diretos e indiretos da atuação técnica jurídica.
O primeiro desdobramento é o impacto financeiro direto no papel do Jurídico: seja em empresa ou em escritório, quais movimentos reduzem efetivamente o custo? Quais evitam custos com real risco de se concretizar? Quais recuperam valores? Essa é a primeira reflexão sobre onde você está atuando agora. Traduza em uma lista mesmo! Por exemplo, no contencioso: em processos tributários pode haver a redução do recolhimento de determinado tributo em alguma fase do processo produtivo. Buscar provas, dedicar-se a defesa e obter uma decisão favorável em um caso que não há entendimento pacificado, evita o real risco de uma condenação. Ser efetivo na recuperação de um crédito que traga dinheiro para o cliente/empresa.
O segundo desdobramento é o impacto financeiro indireto na operação. Aqui vale copiar o jargão “não tem preço”. Quanto vale evitar/reverter uma determinação judicial de paralisação de operação/unidade ou uma questão criminal? Quanto vale ter uma cláusula clara que protege o cliente/empresa no momento de um prejuízo? Construir uma boa governança corporativa contribui para mitigar quais riscos e alavanca negócios?
Com esses pontos em mãos, a primeira página do reporte de resultados começa com a contribuição financeira do Jurídico naquele ano/período. Recomendo que haja transparência no desdobramento do valor e ter a lista do que o compõe para garantir a integridade. Quanto dele teve impacto em resultado e/ou em caixa, quanto foi custo evitado. Em seguida, trazemos os de impacto financeiro indireto.
O impacto que esse tipo de divulgação gera comumente passa por dois tipos de reações. O primeiro tipo de reação contempla frases do tipo: “será que fizeram a conta direito?”; “Ah mas esse caso já estava ganho!”; “O resultado não foi só pela atuação do jurídico, outras áreas também foram importantes”; “O efeito no resultado total não é relevante”.
Possivelmente, dá um desânimo. Mas se conseguirmos seguir firmes na nossa geração de valor, funciona muito bem. Para isso, não basta somar. É fundamental ter um olhar que garanta alinhamento dos critérios de cálculos em todos os casos, que os classifique de acordo com o efeito financeiro gerado e sempre reconheça os parceiros que participaram. Se precisar, traga alguém do mundo financeiro.
O segundo tipo de reação se dá após a primeira, uma vez obtida a credibilidade dos resultados. E costuma passar por falas assim: “Nunca vi a área jurídica/escritório reportar números no conceito financeiro, que conversam com o resultado da empresa”; “Agora estamos começando a ter um Jurídico de resultados”; “Não fazia ideia que o jurídico lidava com essa quantia e tinha esse impacto”; “Por quê nunca vimos isso antes? Podemos expandir para as demais áreas da empresa?”.
É “apenas” um primeiro passo. Teremos muito aprendizado com essas reações, mas esse primeiro passo é FUNDAMENTAL para evolução.
Eficiência Jurídica entende as finanças – despesas e receitas – do Jurídico (seja empresa ou escritório), para cada linha mapeia o tipo de gasto e procura formas de impactar positivamente. No tema de hoje, Eficiência Jurídica atua em como a atuação Jurídica (no aspecto técnico) pode ser alavancada, na definição, tradução, coleta e validação dos critérios financeiros e na estruturação do reporte.