A sigla “ESG” (Environmental, Social e Corporate Governance) tornou-se, nos últimos anos, pauta fundamental em todo tipo de empresa, inclusive no mercado jurídico. Isso se deve a mudanças do paradigma corporativo que deixaram clara a necessidade de uma atuação empresarial pautada na incorporação de práticas ambientais, sociais e de governança.
Os critérios ESG, que têm por objetivo final obter lucro através da sustentabilidade e da responsabilidade social, despertaram uma mudança importante para os advogados. Esses profissionais se voltaram para incluir os valores, interesses e necessidades de todos aqueles que fazem parte de seus negócios. Isso implica em uma mudança de cultura interna e externa.
Quando o assunto é ESG, automaticamente estamos falando de práticas relevantes para todas as áreas de uma empresa: financeiro, controle de riscos, atendimento, entre outros; tudo passa pelo ESG. No entanto, até há pouco, o ESG não recebia a importância que merecia no mundo do Direito.
Atualmente, a adoção de práticas ESG está ganhando mais reputação também para os escritórios de advocacia. Dessa forma, eles devem pensar em estratégias para implementar, medir e anunciar suas iniciativas ESG.
Vantagens:
É possível pensar em inúmeras vantagens que a implementação de práticas ESG pode trazer para um negócio. Afinal, como dito anteriormente, é uma abordagem que passa, obrigatoriamente, por todos os setores de uma organização. Revisemos, portanto, as principais:
- É uma exigência dos clientes: cada vez mais, os clientes dos advogados buscam profissionais que abordem as questões ESG sob diversos ângulos para orientá-los no cumprimento das regulamentações impostas sobre o tópico.
- Recrutar talentos de novas gerações que assumam o ESG: é uma tendência buscar contratar pessoas que reconheçam e atendam à necessidade de escritórios de advocacia de abordar esses valores e práticas. Além disso, profissionais mais jovens, principalmente, buscam trabalhar em empresas alinhadas aos seus valores, que costumam incluir questões sociais e de responsabilidade advindas do ESG.
- Trabalho com diversidade: a cultura organizacional do escritório muda quando se estabelece o objetivo de trabalhar a letra “S” de “ESG”. Este item está diretamente ligado à governança corporativa, inclusão e bem-estar emocional, que também são pautas ESG.
Outros benefícios da implementação de uma abordagem ESG são: a maior valorização dos negócios, o acesso a capital e melhores tratativas de financiamento, gestão eficiente de riscos materiais e bom posicionamento junto aos stakeholders (grupos de interesse).
Conclusão
Em suma, o setor jurídico precisa se manter atualizado com as demandas do mundo corporativo no âmbito do ESG. Isto é, deve inovar seus departamentos e sua gestão de forma a implementar soluções com foco no desenvolvimento sustentável em todas as suas vertentes (jurídico, social, regulatório, empresarial, financeiro etc.).
Existem duas tendências principais na filosofia que os escritórios de advocacia adotam sobre o assunto ESG:
- Integração de suas áreas já existentes: neste modelo, os escritórios unem os setores que já estão ligados a questões relacionadas ao ESG e criam uma coordenação de trabalho colaborativo.
- Criação de uma nova área do zero: já neste formato, os escritórios optam por iniciar uma área específica para apoiar as necessidades ESG.
Qualquer que seja o modelo escolhido, o fato é que o ESG deve ser tratado de forma multidisciplinar, visto que possui temas amplos que devem ser incluídos em todas as áreas jurídicas.


