O marketing jurídico é uma estratégia muito valiosa para escritórios de advocacia, já que além de demonstrar autoridade em temas específicos, ainda pode educar o público com conteúdos de qualidade e relevância.
De acordo com Andréia Gomes, Especialista em Gestão Estratégica de Marketing e Desenvolvimento de Negócios para o Setor Jurídico e colunista do FenalawLab, estas são as principais tendências de marketing jurídico para 2025: planejamento estratégico; experiência do cliente; tecnologia x relacionamento humano; análise de dados; ESG; e equipe de clientes. Confira abaixo um panorama de cada um desses itens!
1. Planejamento estratégico
Gradativamente, as atividades de marketing e desenvolvimento de negócios estão sendo reconhecidas como parte de um processo estratégico, e não apenas como ações pontuais. Na prática, isso significa que os escritórios precisam se aprofundar tanto em sua autoanálise quanto nas tendências de mercado para se tornarem mais competitivos, como defende Andréia.
2. Experiência do cliente
“Escutar e entender o cliente ainda é um grande desafio no nosso mercado”, analisa Andréia, ressaltando que, embora existam diversas ferramentas para aprimorar esse processo, a dificuldade está em integrá-las de forma a destacar a pessoalidade e, ao mesmo tempo, desenvolver uma cultura genuinamente centrada no cliente, capaz de fortalecer a confiança e a fidelidade.
3. Tecnologia x relacionamento humano
A perspectiva é de que em alguns meses mais escritórios façam uso da Inteligência Artificial. Nesse sentido, Andréia destaca que a IA é uma tendência irreversível e de rápida evolução, mas ainda “mais discutida do que aplicada”. Ela sugere que os escritórios devem começar explorando o potencial básico da IA antes de avançar para níveis mais complexos.
A especialista também acredita que deve crescer no marketing o uso de ferramentas como chatbots e plataformas de automação, que tendem a aprimorar processos e campanhas e aumentar a eficiência.
Apesar dessas oportunidades, Andréia ressalta que a tecnologia deve ser usada para complementar e não substituir o relacionamento humano, reforçando que as interações precisam ser pautadas pela “proximidade, disponibilidade, ética e confiança com clientes e demais públicos de relacionamento da marca”.
4. Análise de dados
Para o próximo ano, Andréia prevê aumento do uso de SEO (Search Engine Optimization) e a produção de conteúdos de alta qualidade e relevância distribuídos em podcasts e vídeos, plataformas que, segundo ela, geram mais envolvimento.
A análise preditiva de dados também se apresenta como uma tendência crescente, já que auxilia na tomada de decisões e na definição de estratégias de marketing e comunicação. Segundo Andréia, esse processo leva em conta “o que cada audiência consome e em quais canais”, permitindo ações mais assertivas e personalizadas.
5. ESG
A abordagem ESG (Environmental, Social and Governance) já é consolidada em grandes escritórios, inclusive, tornou-se uma exigência crescente das empresas na contratação de serviços jurídicos, configurando-se como uma tendência obrigatória no setor. Na percepção de Andréia, temas como presença feminina e de pessoas negras em cargos de liderança são muito demandados por escritórios em iniciativas de diversidade e inclusão. Além disso, ela aponta que ações com impacto mais amplo na sociedade estão ganhando relevância, como atendimento jurídico pro bono, campanhas educativas, políticas públicas, e iniciativas ambientais como redução de energia, emissões de gases e aquisição de créditos de carbono. Na análise de Andréia, a pauta ESG tem um impacto direto na “percepção de valor da marca” dos escritórios, indicando que essas ações não apenas atendem a demandas de mercado, mas também fortalecem a reputação e o posicionamento das marcas jurídicas.
6. Equipes de clientes
Andréia aponta a crescente adoção das equipes de clientes, um modelo colaborativo de gestão de relacionamento, como uma tendência global que exige mudanças significativas nos escritórios, especialmente no Brasil, onde se espera uma evolução gradual nos próximos anos.
“As equipes de clientes envolvem sócios de relacionamento, sócios setoriais, diferentes áreas de prática, unidades geográficas (outros escritórios), profissionais de desenvolvimento de negócios, entre outras formações sob medida para o cliente de alto valor/potencial”, explica. Juntos, esses profissionais trabalham de forma integrada com foco em objetivos e planos de ação orientados à gestão estratégica e ao crescimento das contas-chave (key clients), sempre alinhados às prioridades e necessidades específicas de cada cliente.
Para finalizar, Andréia enfatiza que todas as perspectivas abordadas refletem a relevância das ações de marketing jurídico e desenvolvimento de negócios para o crescimento sustentável dos escritórios de advocacia.