A IA já mudou o jurídico – e quem ignora isso corre riscos

O jurídico não está mais somente observando a Inteligência Artificial, mas a tecnologia já transforma o setor a cada dia. A era da IA no Direito chegou, e ignorar isso não é uma opção.

O setor já percebeu o potencial da ferramenta para otimizar suas rotinas. Hoje, automações, consultas inteligentes, aprendizado de máquina, chatbots e várias outras ferramentas fazem parte da rotina dos escritórios e departamentos jurídicos e, inclusive, do Poder Judiciário.

As IAs já estão transformando as rotinas jurídicas, trazendo mais eficiência e mudando a maneira como os profissionais atuam. Essa mudança é um divisor de águas – não no sentido do fim da carreira, mas no aprimoramento do papel do advogado.

A inovação tecnológica no jurídico

Alguns advogados ainda acreditam que a IA vai roubar seus trabalhos. Outros não veem valor em investir nessa ferramenta. Ainda há outros que a utilizam com certa desconfiança. Mas, fato é que o uso dessa tecnologia no Direito está em pleno crescimento.

Segundo enquete promovida pela Análise Editorial com cerca de 220 escritórios, mais de 75% disseram que já usam a tecnologia para fazer consultas e pesquisas. De acordo com pesquisa da Thomson Reuters, 85% dos advogados acreditam que podem aplicar a IA Generativa em seu trabalho e 42% a utilizam, ao menos, 1x ao dia.

O Poder Judiciário já conta com 140 projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento nos tribunais e conselhos de Justiça, de acordo com a Pesquisa Uso de IA no Poder Judiciário 2023, do CNJ. 26% a mais em relação a 2022.

O uso dessa tecnologia vai muito além da automação de tarefas repetitivas – traz ganhos na redução de custos, escalabilidade, aumento da eficiência e vantagens competitivas reais para escritórios e departamentos jurídicos.

Novas soluções para dores específicas

O crescimento das IAs verticalizadas, ou seja, modelos desenvolvidos para resolver problemas específicos do jurídico, é um reflexo da maturidade do setor na adoção da ferramenta. Exemplos de soluções direcionadas às demandas do jurídico são:

  • Ferramentas de análise preditiva;
  • Sistemas de automação de auditorias e compliance;
  • Plataformas de gestão de contratos e documentos exclusivamente para o setor jurídico.

As soluções verticalizadas conseguem alcançar uma profundidade e personalização que ferramentas generalistas, como Chat GPT e Gemini, não conseguem. Isso porque são desenhadas para lidar com nuances e procedimentos que só existem no Direito.

Seguindo a linha do desenvolvimento de outros produtos, como o Whom.doc9, os especialistas da doc9 olharam para o mercado para entender sua dor antes de criar uma solução que utiliza IA. Ao entrevistar representantes de oito escritórios, descobriram que:

  • Os escritórios utilizam o Google Drive, arquivo geral e plataformas próprias para gerenciar documentos.
  • 70% dos entrevistados têm dificuldade de localizar documentos;
  • A gestão manual de pastas é suscetível a erros;
  • Gastam muito tempo na criação de documentos e relatórios para os clientes, e na análise de decisões;
  • Desconfiança com as IAs generalistas devido à imprecisão e dados desatualizados, além da questão da segurança (LGPD).

Com base nesses insights, a doc9 desenvolveu o Which.doc9, uma plataforma inteligente de criação e gerenciamento de documentos com IA. O intuito é contribuir para a transformação do setor por meio de uma solução que atende especificamente às dores identificadas.

Conclusão

A expansão das IAs verticalizadas para o setor jurídico é a prova de que o uso da tecnologia deixou de ser uma aposta. Os advogados que ainda não integraram a tecnologia ao seu cotidiano precisam buscar maneiras de fazer isso para se manterem competitivos e inovadores.

Cabe a nós, como agentes de transformação do setor, reconsiderarmos o papel da IA em nossas rotinas e nos preparamos para um futuro no qual o uso dessas ferramentas não será um diferencial, mas a regra de mercado.

Klaus Riffel

Founder & CEO da DOC9. Formado em Direito pela PUCR/RS, com especializações em Direito Societário (PUCR/RS), Direito Tributário (IBET), e Finanças (ESPM/RS), além de MBA pela Fundação Dom Cabral/MG, é fundador das empresas DOC9 e Juscash. Ex-conselheiro do Grupo Ciclo Empreendedor e membro do Conselho da Entrepreneurs Organization Porto Alegre (EOPOA), atua como conselheiro em mais de cinco empresas.

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